A complexidade do desafio da redução da desigualdade e da pobreza segundo a PNAD 2012

Claudio Salvadori Dedecca

O resultado favorável da estratégia de enfrentamento da crise em 2009 e a taxa de crescimento elevada em 2010 permitiram ao governo desenhar um cenário muito positivo quanto às perspectivas da economia e da sociedade brasileira para a atual década. Em grande medida, elas puderam ser apresentadas graças a não ocorrência de uma crise externa de financiamento da economia brasileira, decorrente da existência de reservas internacionais superiores ao endividamento externo contraído, da queda limitada das exportações de commodities, tanto em termos de preço como de quantidade, da continuidade da entrada de capitais, parcialmente lastreada pela exuberante taxa de juros interna, e da flexibilidade na balança comercial permitida pela baixa dependência da importação de petróleo.

Um padrão de crescimento com mobilidade social foi identificado como um processo em grande medida seguro, apontando-se a constituição da sonhada estrutura social predominada pelo segmento denominado de classe média . A partir do aumento do consumo, este processo foi facilmente justificado, desconsiderando-se sistematicamente as raízes históricas estruturais da desigualdade e da pobreza prevalecente no país. Um movimento de natureza complexa foi objeto de exacerbada simplificação. Da noite para dia, a construção de uma sociedade com equidade se constituiu em uma possibilidade real de ser alcançada, mesmo que historicamente o país tenha tido grande dificuldade de realiza-la como parte do seu desenvolvimento socioeconômico. | Leia a íntegra aqui

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