A presente reflxão de Ronaldo Coutinho Garcia e José Celso Cardoso Jr integra um projeto mais amplo que os autores estão desenvolvendo, cujo objetivo é produzir sugestões para a reformulação do processo de planejamento do governo federal e oferecer novos elementos para a elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2016-2019.
Os instrumentos de planejamento criados pela Constituição Federal de 1988 têm experimentado variadas tentativas de aplicação prática. Todavia, eles não tem se afimado de maneira mais duradoura. Tampouco conquistaram adesões políticas e intelectuais que os legitimem e os transformem em efetivos mecanismos de condução dos processos de governo. Nas últimas três décadas, a assiste-se ao desprestigio progressivo da função planejadora e ao enfraquecimento da capacidade de governar.
Segundo os autores, não são poucos os que afimam que o planejamento governamental morreu junto com o fi da ditadura militar e que agora é a hora da gestão. Entendem o planejamento público como um reducionista processo de comando e controle, necessariamente autoritário e impossível de ser exercitado em ambientes democráticos.
Para Ronaldo Coutinho Garcia e José Celso Cardoso Jr essa visão ignora o rico movimento de produção de novos conceitos, métodos, técnicas, sistemas operacionais do planejamento estratégico público acontecido ao longo dos últimos quarenta anos1; despreza as experiências exitosas de planejamento estratégico público levadas a cabo, sob o regime democrático, por países, estados, municípios e entidades públicas, ainda que com títulos ou denominações distintos, mas com conteúdo inconteste; e, desconsidera que gestão é sempre a gestão de algum plano, programa, projeto ou atividade com o intuito de transformar a realidade.