Artigo 43 | Política Externa: reflexões sobre seus fundamentos, perspectivas e desafios

Samuel Pinheiro Guimarães

A política externa de um Estado é o conjunto de iniciativas e de reações de suas agências políticas, econômicas, militares e de inteligência em relação a outros Estados.

O objetivo da política externa é promover e defender os interesses nacionais do Estado, tais como definidos pelo Governo do momento.

A ideia de política externa como “política de Estado” supõe que seria possível definir interesses nacionais permanentes, acima das visões e da orientação política dos diversos partidos e segmentos de uma sociedade.

Na realidade, as diversas classes, setores, segmentos da sociedade têm visões distintas dos interesses nacionais brasileiros.

A política externa de um Estado, em um determinado momento, na medida em que ela necessariamente implica uma maior proximidade, cooperação e aliança formal ou informal, com determinados Estados, e de afastamento e oposição a outros Estados, se torna de interesse para os diferentes segmentos da sociedade deste Estado devido aos vínculos políticos ou econômicos ou ideológicos desses segmentos com outros Estados e sociedades.

Cada iniciativa ou reação de política externa torna-se um tema de debate político em cada sociedade. Ocorre, assim, uma disputa ideológica para formar a opinião pública em geral e a opinião das diversas elites no que diz respeito aos outros Estados e aos temas em disputa em cada momento.

Neste sentido, os órgãos de comunicação de massa passam a ter uma influência importante ao defender certas visões e interpretações do mundo e de eventos específicos e ao procurarem influir sobre as organizações sociais e sobre as agências do Estado no sentido de orientar a política externa em favor das posições e iniciativas de outros Estados, em especial quando as Grandes Potências estão envolvidas.

O grau de influência e eficácia das iniciativas e das reações da política externa de um Estado depende de seu Poder.

O Poder de cada Estado decorre de sua população em termos de dimensões, características e grau de coesão; da diversidade e autonomia de seu sistema econômico; da autoestima de suas elites; de sua indústria de defesa e seu poder militar; de seu dinamismo tecnológico; de sua influência cultural e política nas sociedades dos demais Estados.

Um objetivo central da política externa deve ser, portanto, aumentar o Poder do Estado e da sociedade brasileira.

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