Category: Caderno Temático 5

O avesso do “padrão Fifa”

Na lógica liberal, programas universais como a previdência social ampliariam a desigualdade. Atualmente, as políticas focadas e universais são convergentes. As vozes das marchas de junho reforçam essa atuação de direitos e políticas públicas para todos.

Neoliberalismo e “mal-estar contemporâneo”

A classe política remontou a coalizão que sustenta o poder conservador no país, a economia entrou passivamente no projeto neoliberal e os movimentos sociais foram exauridos. Daí, os problemas crônicos do subdesenvolvimento econômico e social foram agravados.

Mudar para conservar

O movimento da elite contra os avanços do povo continua na sua volta ao centro do governo. Esse movimento pode ser percebido em duas frentes: no Executivo, com a paralisia das políticas sociais, e no Legislativo, com a demora em regulamentar os direitos sociais estabelecidos na Constituição.

O que ocorreu entre 1988 e 2013?

A classe política tem a fantástica capacidade de mimetizar os interesses do poder hegemônico em cada conjuntura. Observem-se políticos que, ligados à ditadura, coordenaram a transição para a democracia e, posteriormente, implantaram o projeto neoliberal no Brasil – e agora são aliados do PT.

Revisitando 1988

Inspiração no modelo europeu de Estado de Bem-Estar Social garantiu a estruturação de um sistema de proteção social universal e assim pela primeira vez, educação, saúde, previdência e assistência às pessoas desamparadas são colocados na Constituição como direitos sociais.

Paralelos entre 1988 e 2013

Ainda que cada momento histórico tenha sua especificidade, traçar paralelos entre as manifestações atuais e as dos anos 1970-1980 indica que algumas conquistas destas teriam sido deformadas nos anos posteriores. Essas conquistas voltaram à pauta das ruas agora em 2013.

Democracia e Estado de Bem-Estar Social

Em última instância, a vozes difusas “queremos escolas, hospitais, postos de saúde e serviços públicos com padrão Fifa” contestam os dogmas do Estado Mínimo, enraizados no país pela ofensiva neoliberal nos anos de 1990, que vendem a ilusão de que bastam políticas focalizadas para o se alcançar o “bem-estar”.

Tentando decifrar o enigma

Muitos fatores ajudam a montar o “quebra-cabeça” de por que milhares de pessoas teriam engrossado as marchas reivindicatórias deste ano. Mas parecem existir dois elementos principais que ajudam a compreender a especificidade do caso brasileiro. O primeiro, corretamente destacado por diversos especialistas, é a crise do sistema político e eleitoral e o segundo, menos privilegiado pelos analistas, é a crise da cidadania social, que se revela de forma crítica nas grandes aglomerações urbanas.

As marchas de junho de 2013

Os protestos de junho de 2013 parecem ampliar os horizontes da política e da democracia. A reivindicação de que “o cidadão, e não o poder econômico, esteja em primeiro lugar” recoloca o conflito redistributivo no centro do debate nacional. A possibilidade de contribuir para esse debate motivou a série de artigos sob o tema “Desenvolvimento e política social”, da qual este é o primeiro