Iniciativa: Núcleo PGT (FEA-USP), Grupos de Pesquisa Iconomia e Cidade do Conhecimento (ECA), Núcleo Diversitas (FFLCH), Pró-Reitoria de Pesquisa da USP
Promoção: Portal da Juventude
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo
www.portaldajuventude.prefeitura.sp.gov.br
Curadoria: Gilson Schwartz (ECA, FFLCH, PGT-FEA)
Secretaria-Executiva: Carlos Eduardo Mendes, Diego Viana e Mateus Barros (Diversitas, FFLCH), Michael Anielewicz (C. Sociais-FFLCH e Cidade do Conhecimento, Portal da Juventude), Pedro Mezgravis (Cidade do Conhecimento Portal da Juventude)
Comissão Organizadora: André Malbergier (Medicina), Bruno Padovano (FAU), Edison Spina (CEST, POLI), Flavio Soares (IME), Guilherme Ary Plonski (PGT), Luis G. Galeão (IP, Diversitas), Mauricio Cardoso (História, FFLCH, Diversitas), Nicolau Reinhard (FEA), Paulo Nassar (ECA), Ricardo Nakamura (POLI), Vitor Blotta (ECA, NEV), Zilda Iokoi (FFLCH,Diversitas)
Cenário e Justificativa
A crise que atinge o sistema produtivo mundial, das commodities à manufatura, passando pela percepção de riscos ambientais, culturais e humanitários, bloqueia os horizontes implícitos ao cálculo e à formulação de cenários para os negócios, a organização social, as políticas econômicas e as relações sociais. Persiste o impasse diante dos velhos paradigmas e sistemas de representação do valor, dos direitos e da cultura democrática.
A economia e os investimentos parecem perder o sentido com a emergência, seja na dimensão local, seja nos espaços regionais, nacionais e internacionais, de estratégias de desmontagem, desregulação e desintermediação que acontecem simultaneamente ao longo de eixos econômicos, políticos e culturais vitais, como Dinheiro-Valor-Regulação, Democracia-Estado-Justiça e Direitos-Desigualdades-Legitimidades.
Desde a crise internacional de 2008, o esgotamento das referências usuais de conhecimento, compreensão, formulação e legitimação de projetos de longo prazo voltadas para a economia, os negócios, as organizações e as instituições públicas e do terceiro setor que resulta de uma multiplicidade de fatores trouxe afinal para o primeiro plano a relação nem sempre transparente entre circulação de dinheiro e democratização no capitalismo digital.
Numa era de extrema ampliação dos processos de compartilhamento de informação, aumenta a opacidade gerada pelo impacto das transformações tecnológicas de caráter digital e informacional, assim como pela espetacularização e a gamificação da política, da economia e da cultura. Um aspecto essencial dessa crise que ao mesmo tempo prenuncia novos arranjos produtivos, financeiros e geopolíticos é a sua dimensão digital.
Nesse campo, têm grande potencial de inovação econômica e impacto social positivo fenômenos emergentes como o movimento maker, os aplicativos da economia do compartilhamento, a impressão 3D e as criptomoedas.
Enquanto o sistema global continua vulnerável a ataques especulativos e as políticas de estabilização perdem consistência, modelos de reforma econômica, revisão da governança, re-regulação e ampliação da transparência são aperfeiçoados.
Em escala local, comunidades de troca e ativismo social criam moedas sociais para resguardar-se contra a financeirização global, surgem softwares que afetam as relações sociais e o modelo fiscal da mobilidade urbana (caso do Uber), o empreendedorismo na economia criativa e de software ganha novos horizontes e escala global em plataformas de ensinagem online como os MOOCs.
Ao mesmo tempo, as infra-estruturas digitais de vigilância, rastreamento e privacidade atravessam um ciclo inédito de reconfigurações com implicações sobre a democracia, os direitos e os valores, a violência simbólica e o recrudescimento do preconceito, do comportamento de manada e das ameaças à segurança de todo e qualquer cidadão.
Novos modelos de propriedade intelectual e compartilhamento de ativos digitais oferecem oportunidades disruptivas de criação de valor e superação de modelos de negócio em todo e qualquer setor de atividade. As inteligências coletivas, conectivas e emotivas se articulam.
A esse quadro, que remete a uma nova transformação do horizonte de longo prazo do desenvolvimento capitalista e seus padrões denominamos emergência da Iconomia.
Objetivos do Seminário
O Seminário se propõe a impulsionar o debate sobre a busca desse horizonte ao mesmo tempo ameaçado e mais que nunca necessário. Um horizonte de longo prazo em que as relações dinâmicas ente Dinheiro, Democracia e Direitos sejam reavaliadas criticamente e propiciem a formulação de novos consensos, a resistência às suas violências mas também o exercício criativo de novas modalidades de pensar, pactuar e promover consensos.
O II Seminário Internacional Iconomia marca os três anos de pesquisa do projeto “WISH” (World Innovation and Sustainability Helix), realizado pelo Núcleo PGT com apoio da Pró-Reitoria de Pesquisa da USP. Convidamos especialistas de todas as áreas do conhecimento a explorar as questões que se impõem a partir do cenário instável das transformações sociais, econômicas, políticas, ambientais e tecnológicas desta década. Em especial, destacam-se os meios disponíveis nas cidades contemporâneas para a geração dessa nova ecologia de valores, infra-estruturas e sustentabilidade, desenvolvendo iconomias orientadas aos desafios e oportunidades de ampliação da democracia, da diversidade e da sustentabilidade local e global.
Participação
Convidamos pesquisadores de diversas áreas a enviar propostas de comunicação com até 300 palavras. Data-limite para envio de abstracts: 7 de novembro de 2015. Divulgação de papers selecionados: 15 de novembro de 2015. Data-limite para envio dos papers: Março, 2016.
Propostas em formato .doc ou .pdf para o e-mail: iconomia2015@gmail.com
Detalhamento de Tópicos por Eixo Temático
ECONOMIA POLÍTICA, DÍVIDA, DESIGUALDADE
Economia Política da Monetização e da Inflação
Dinheiro, Dívida e Desigualdades no Século 21
Crise e Inovação em Meios de Pagamento, Financiamento, Investimento e Endividamento
Ajustes (Fiscal, Cambial, Financeiro) X Novos Paradigmas (Reformas, Desintermediação, Reestruturação)
Luta de Classes X Economia do Conhecimento Sustentável: Marx, Pós-Marx, Anti-Marx
DEMOCRACIA E CULTURA ECONÔMICA
Democracia, Diversidade, Desenvolvimento Econômico: Estado x Mercado
Cultura, Consensos e Legitimidades X Idiotia Midiática e Acumulação Selvagem
Massificação do Consumo e da Manufatura X Pluralismo Econômico Sustentável
Crescimento X Sustentabilidades: Saúde Coletiva, Social e Ambiental (SUS X planos de saúde privados, Organizações Sociais)
A Cultura e Mercado na Democracia: Indústrias Criativas e Gamificação de Políticas Públicas
DIREITOS E HORIZONTES ECONÔMICOS DE LONGO PRAZO
Direitos, Desejos e Digitalização do Valor: Virtual X Territorial, Público X Privado, Open X Proprietário, Local X Regional X Nacional
Internet das Coisas, dos Corpos e da Inteligência Criativa: Cidades, Mercados, Organizações
O Direito à Cidade, à Diversidade e à Universidade: Novas Narrativas
Economia Política da Comunicação, da Informação, do Conhecimento e da Inovação: Iconomia
Sociedade do Espetáculo Financeiro: Especulação Midiática X Horizontes de Longo Prazo