O artigo tem por objetivo responder a seguinte questão: “a continuidade do tripé, pelo menos replicando os mesmos moldes com base nos quais foi adotado em 1999, será bem-sucedida, no sentido não apenas de reduzir a taxa de inflação ao consumidor (IPCA) para o nível da meta preestabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,5%, mas de retomar o crescimento da economia brasileira sobre bases sustentáveis, situação interrompida praticamente desde o início da década de 1980?”.
Inicialmente o autor analisa os fundamentos teóricos subjacentes ao modelo do tripé, bem como os principais resultados e problemas a ele inerentes. Em seguida investiga as razões pelas quais o governo Dilma Rousseff (2011-2014) não foi capaz de dar continuidade ao crescimento sustentável da economia. Na mesma seção, Nassif faz sugestões de como deveria ser administrado o referido tripé com vistas a cumprir o triplo objetivo de assegurar o crescimento em perspectiva sustentável, preservar a estabilidade de preços e restabelecer o equilíbrio do balanço de pagamentos.
Finalmente, na última parte, tentará responder a pergunta principal do trabalho, com base nas primeiras medidas anunciadas pela nova equipe econômica. Partindo do diagnóstico de que o atual modelo de política econômica baseado no tripé tem sido contraproducente para assegurar, simultaneamente, crescimento sustentável e estabilidade de preços, além de estar inadequado ao ambiente de elevada incerteza, o autor aponta para a necessidade da gradual construção de um novo modelo de política econômica. Em suas palavras, “a revisão do atual modelo implica resgatar o papel contracíclico da política fiscal, reduzir o papel da taxa de juros como o principal instrumento de política macroeconômica, buscar fazer convergir a taxa de câmbio para um nível competitivo e manter uma política salarial de ganhos reais pela produtividade”.
Andre Biancarelli
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